Ensaio sobre a Ruína - parte 2
2012
Megarim-adn, Lisbon
2011 . Site-specific installation: photo, drawing and object . Window view
2011 . Inkjet print on matt paper . 100 x 160 cm
2011 . Indian ink on paper . 41x60 cm
2011 . Site-specific installation . Exhibition view
2011 . Site-specific installation: watercolor, drawing and object
2011 . Object
2011 . Pen on paper . 20 x 20 cm
2011 . Site-specific installation: watercolor, drawing and object
2011 . Pen on paper . 20 x 20 cm
Ensaio sobre a ruína – Parte 2
O termo ruína significa um acto ou efeito de ruir, um desmoronamento ou uma destruição, um resto ou um destroço. Em sentido figurado a palavra visa algo que é decadente, degradado. Existe mesmo uma planta com este nome, que aparece nos buracos ou fendas dos muros e rochedos, sobrevivendo apenas nestes espaços intersticiais, resguardados e de difícil acesso. Podemos dizer também que a ruína não é um triunfo da natureza, mas um frágil equilíbrio entre persistência e decadência.
Vive de um estatuto ambíguo: por um lado, é um vestígio tangível do homem, mas por outro é um espaço que vive sem a sua presença, acumulando vestígios, marcas ao longo do tempo. Nestas obras, tal como na ruína, o homem já não tem lugar, dominando o lado melancólico e sombrio.
Outro factor essencial: o factor tempo e o seu poder devastador. Ele é a chave de tudo, e é apenas através dele que nos conseguimos reconciliar com as tragédias que povoam a nossa memória. A solidão, o afastamento, coisas e lugares abandonados (deixados à acção do tempo) têm sido as minhas imagens recorrentes.
Será um amontoado de fragmentos?
A Ruína como repositório de memória.